DOMINGUES,
Rosangela
Barão,
Thays
CASTRO,Daniela
(orientadora disciplinar)
MARCHI,Flávia
(orientadora disciplinar)
MEIRE,Mirela
(orientadora interdisciplinar)
Este trabalho relata uma das atividades realizadas em uma das
escola parceiras doPrograma Interinstitucional de Iniciação à Docência, PIBID,
que, em 2014, agrega vários cursos da UFPel, entre eles, o Curso de
Licenciatura em Dança. A atividade aqui descrita faz parte de um trabalho
interdisciplinar realizado junto ao PIBID Anos Iniciais, que se desenvolve Escola
Municipal Núcleo Habitacional Getúlio Vargas, localizada Avenida 2 Loteamento
Getúlio Vargas, s/n,
Três Vendas Pelotas - RS.
O trabalho na escola agrega as áreas de Dança, com duas bolsistas, Pedagogia,
com dez bolsistas, Educação Física, com cinco, e Matemática com duas, somando,
no total,19
bolsistas. Os encontros interdisciplinares são
realizados uma vez por semana na escola, onde participam a coordenadora
pedagógica e a Supervisora.
Buscamos,
em nossa atuação,
primarmos pelas relações harmoniosas de convivência, buscando, deste modo, auxiliar a solucionar
possíveis problemas encontrados. Nossas reuniões são realizadas no chalé que
tem no fundo da escola.
Uma
das primeiras tarefas do grupo foi a realização de uma análise de conjuntura através
de um diagnóstico interdisciplinar, realizado por todos os grupos. Nosso grupo
encarregou-se de entrevistar os alunos e pais e, através dos resultados, foi possível conhecer um pouco da realidade
dos alunos, da carência dos alunos, tanto de afeto e nível social como financeiro.
Devido a tais motivos, a escola tem procurado
suprir essas carências afetivas, priorizando o amor, atenção,os sentimentos/relações entre professores/alunos, pois é algo que
precisa ser trabalhado diariamente.
Levando em conta esta necessidade,
aliando nosso trabalho com a escola, em parceria, nossa primeira intervenção na
escola em relação a alunos, professores e funcionários ocorreu no
dia 10 de outubro de 2014, em um dia chuvoso, na Festa do Dia das Crianças. Esta
atividade já era realizada todos os anos pela escola, mas neste ano, ela contou
com a participação do PIBID. Foram organizadas, dentro da reunião interdisciplinar,
oficinas, onde os bolsistas foram divididos em pequenos grupos para que pudessem
aplicar aos alunos atividades criadoras, sensíveis, jogos e brincadeiras. Os
alunos eram livres para escolher qual das oficinas gostariam de participar.
O
grupo da Pedagogia se encarregou de uma Oficina de Técnicas Plásticas e de
Teatro com Dramatização de Histórias, o de Educação Física uma Oficinas de
exploração dos Sentidos, a Matemática de uma Oficina de construções Geométricas
através do Tangram, e o grupo da Dança organizou uma oficina ema sua área,
ministrada em uma sala de aula.
Na
parte da manhã, foi feita a decoração das salas, do refeitório, da quadra
coberta, a maquiagem das professoras e bolsistas, preparados os lanches para as
crianças e os detalhes finais para a festa. Foram realizadas na escola
atividades durante o dia inteiro, e ainda teve uma confraternização com os
professores, funcionários e bolsistas com um belo almoço feito pela escola.
Esta reunião proporcionou com que os bolsistas do PIBID e os professores pudessem
conhecer-se e dividirem conhecimentos e afetos.
A Festa
Deu-se
início à festa às 13:00h e 30min, que foi um sucesso.
Mesmo
chovendo, os alunos compareceram à escola, prestigiando o trabalho dos
bolsistas/PIBID, dos professores, da equipe gestora e dos funcionários. Cada
aluno, por sua vez, ficou encantado com tanta diversidade de oficinas, as quais
“abrilhantaram” a festa. Todas as oficinas procuraram ter em conta a importância dos sentimentos, das relações,dos afetos,
do cuidado, que é algo que precisa ser trabalhado diariamente, devido à
carência de afeto da maioria dos alunos, e do fato de muitos deles não terem
estas chances em seus bairros ou casa.
Segundo o relatos dos bolsistas da Matemática, esta foi
alegre Num primeiro momento, os alunos ficaram desconfiados, não sabendo como
voltar à fórmula inicial do Tangram. Porém depois, ficaram felizes com a nova proposta
de trabalhar,muito mais prazerosa. E, no final, cada aluno ganhou seu próprio
Tangram. O grupo da Educação Física trabalhou uma oficina das sensações e
sentidos, onde os alunos entravam com os olhos vendados na sala. Ali, experimentavam
diversas sensações, como andar sobre a gelatina, tocar em texturas diferentes,
superfícies novas, trabalhando, deste modo, as emoções, os sentidos e a própria
sensação de experimentar algo novo, ou, até mesmo, já conhecido, porém, desta
vez, sem ver, aguçando o tato e os outros sentidos.
A metade das bolsistas da Pedagogia trabalhou com Técnicas
Plástica, com fabricação de massinha de modelar, e a outra metade ficou
responsável pela leitura e dramatização de livros infantis, onde, ao final da
oficina, cada aluno pode levar para casa um livro de história, despertando,
assim,a curiosidade, a criação, o desejo pela leitura, pela escrita, pela
interpretação e pela Arte.
O espírito de coletividade “encantou”.
O grupo é harmônico e consegue trabalhar
a interdisciplinaridade. A confraternização foi muito importante, pois serviu
para aproximar as pessoas e estreitar as relações, fazendo com que pibidianos e
professores interagissem e criassem vínculos.
A dança e o teatro trouxeram magia à festa das crianças, atendendo
ao objetivo da educação em Artes, que é constituir a diversidade em trabalhos
pedagógicos, onde os alunos criem expectativas na dança, com práticas de
expressividade corporal, explorando a sensibilidade e a percepção de cada
criança, criando, divertindo-se e construindo conhecimento.
O valor educativo que teve para as crianças e para a escola
como um todo foi enorme, mas, em relação à
participação do PIBID, as crianças tiveram uma relação mais forte com
conhecimentos e pessoas diferentes do dia-a-dia, neste dia, onde puderam ter
oficinas lúdicas e interativas, pedagógicas, onde tiveram seus espaços para
desenhar, criar, fabricar suas matérias como massinha de Modelar, assistir
coreografias de dança e teatro, dançaram, cantaram, aprenderam Matemática de
forma nova, leram imagens, palavras, sons, ritmos, texturas, tiveram contato
com Literatura, trabalharam aptidões de leitura, tendo também brincadeiras
lúdicas, que exploraram suas expressividades e criação, ensinando, também a
convivência e a cooperação grupal.
Na
Oficina de Dança, na sala enfeitada com luzes e panos coloridos, contamos com a
apresentação de danças folclóricas, com Luciano Porciúncula, aluno da
Dança-Licenciatura, convidado por nós. As crianças ficaram deslumbradas com a
apresentação, mais pelo fato de ser um menino
dançando. Era nítido no olhar de cada criança, o brilho que a dança
proporcionou-lhes, sendo algo “mágico”, pois, na maioria das vezes, a dança
está fora do contexto escolar e da comunidade
A Oficina
Após a apresentação, os
alunos foram conduzidos até a sala onde realizaríamos a oficina, que objetivava
despertar nas crianças a sensibilidade, a emoção e a arte, trabalhando a
coordenação motora, a apreciação, a fruição, a pesquisa corporal e a memória
através de brincadeiras lúdicas.
As atividades deram-se
início com um alongamento levado para a dança, tendo momentos de conhecimento
do outro (quebra-gelo) e passando
para a parte de dançar e brincar, onde a primeira brincadeira a ser realizado
foi a Batatinha. Em
fileira, uma criança, o(a) batatinha,
colocava-se de costas para a fileira e atrás da raia, à distância de três
metros, mais ou menos. De lá, grita: “Batatinha
um dois três”. É o momento em que os da fileira aproveitam a
oportunidade para avançar rumo à raia, através de pulos e danças, conforme a
música tocada. Após dizer a frase, o(a) batatinha
voltava-se para o grupo. A criança apanhada em movimento tinha de retornar ao
ponto de partida, ou passar para o lado da raia e esperar o fim da brincadeira,
e cada uma tinha que congelar em
poses de dançarino, conforme a música. Ganhava quem conseguisse atingir a raia,
através da dança, sem ser percebido pelo(a)batatinha.
Organizamos
um círculo com todas as crianças em pé, e demos início à brincadeira Escravos de Jó, onde cantávamos
e,segundo a música, deveríamos dar pulinhos para direita: Escravos de Jó jogavam Cachangá, tira (um pulinho para trás), bota(um pulinho para frente), deixa o Zé Pereira brincar (pulinhos
para direita), guerreiros com guerreiros
fazem Zig-Zig-Zá (um pulinho para esquerda e outro para direita). Conforme
o número de vezes, deixávamos de cantar algumas partes, porém os pulinhos
precisavam continuar, exercitando, desta forma, a memória e a coordenação
motora de cada criança, além do prazer de jogar.
Considerações Finais
Os fatos mais marcantes para nós foram a participação
e o encantamento das crianças, e o trabalho estético e artístico realizado
através da sensibilidade, emoção e arte, além da coordenação motora,
apreciação, fruição, pesquisa corporal, percepção, criação, expressão e memória
através de brincadeiras lúdicas.
Concluímos que foi muito prazeroso
trabalhar nossa primeira Oficina de Dança. Sabemos que temos muito trabalho
pela frente, mas, no entanto, buscaremos formas de alcançar um trabalho que
permita explorar sentimentos, vivencias, a trajetória de movimento através de
dança.Agradecemos a todos, bolsistas e equipe da escola – às crianças, é claro-
pelo espaço, pelo prazer e pelo
conhecimento.
Figuras 1 e 2: Luciano Porciuncula – Apresentação do
Pibidiano da dança na Escola Getulio Vargas PIBID DANÇA
Figuras 4 e 5: Alunos
da Escola Getulio Vargas
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