sexta-feira, 15 de maio de 2015

PIBID DANÇANDO E BRINCANDO NA ESCOLA GETULIO VARGAS


DOMINGUES, Rosangela
Barão, Thays
CASTRO,Daniela  (orientadora disciplinar)
MARCHI,Flávia (orientadora disciplinar)
MEIRE,Mirela (orientadora interdisciplinar)

Este trabalho relata uma das atividades realizadas em uma das escola parceiras doPrograma Interinstitucional de Iniciação à Docência, PIBID, que, em 2014, agrega vários cursos da UFPel, entre eles, o Curso de Licenciatura em Dança. A atividade aqui descrita faz parte de um trabalho interdisciplinar realizado junto ao PIBID Anos Iniciais, que se desenvolve Escola Municipal Núcleo Habitacional Getúlio Vargas, localizada Avenida 2 Loteamento Getúlio Vargas, s/n, Três Vendas Pelotas - RS. O trabalho na escola agrega as áreas de Dança, com duas bolsistas, Pedagogia, com dez bolsistas, Educação Física, com cinco, e Matemática com duas, somando, no total,19 bolsistas. Os encontros interdisciplinares são realizados uma vez por semana na escola, onde participam a coordenadora pedagógica e a Supervisora.
Buscamos, em nossa atuação, primarmos pelas relações harmoniosas de convivência,  buscando, deste modo, auxiliar a solucionar possíveis problemas encontrados. Nossas reuniões são realizadas no chalé que tem no fundo da escola.
Uma das primeiras tarefas do grupo foi a realização de uma análise de conjuntura através de um diagnóstico interdisciplinar, realizado por todos os grupos. Nosso grupo encarregou-se de entrevistar os alunos e pais e, através dos resultados, foi possível conhecer um pouco da realidade dos alunos, da carência dos alunos, tanto de afeto e nível social como financeiro.  Devido a tais motivos, a escola tem procurado suprir essas carências afetivas, priorizando o amor, atenção,os sentimentos/relações  entre professores/alunos, pois é algo que precisa ser trabalhado diariamente.
Levando em conta esta necessidade, aliando nosso trabalho com a escola, em parceria, nossa primeira intervenção na escola em relação a alunos, professores e funcionários ocorreu no dia 10 de outubro de 2014, em um dia chuvoso, na Festa do Dia das Crianças. Esta atividade já era realizada todos os anos pela escola, mas neste ano, ela contou com a participação do PIBID. Foram organizadas, dentro da reunião interdisciplinar, oficinas, onde os bolsistas foram divididos em pequenos grupos para que pudessem aplicar aos alunos atividades criadoras, sensíveis, jogos e brincadeiras. Os alunos eram livres para escolher qual das oficinas gostariam de participar.
O grupo da Pedagogia se encarregou de uma Oficina de Técnicas Plásticas e de Teatro com Dramatização de Histórias, o de Educação Física uma Oficinas de exploração dos Sentidos, a Matemática de uma Oficina de construções Geométricas através do Tangram, e o grupo da Dança organizou uma oficina ema sua área, ministrada em uma sala de aula.
Na parte da manhã, foi feita a decoração das salas, do refeitório, da quadra coberta, a maquiagem das professoras e bolsistas, preparados os lanches para as crianças e os detalhes finais para a festa. Foram realizadas na escola atividades durante o dia inteiro, e ainda teve uma confraternização com os professores, funcionários e bolsistas com um belo almoço feito pela escola. Esta reunião proporcionou com que os bolsistas do PIBID e os professores pudessem conhecer-se e dividirem conhecimentos e afetos.
A Festa
Deu-se início à festa às 13:00h e 30min, que foi um sucesso.
Mesmo chovendo, os alunos compareceram à escola, prestigiando o trabalho dos bolsistas/PIBID, dos professores, da equipe gestora e dos funcionários. Cada aluno, por sua vez, ficou encantado com tanta diversidade de oficinas, as quais “abrilhantaram” a festa. Todas as oficinas procuraram ter em conta a importância dos sentimentos, das relações,dos afetos, do cuidado, que é algo que precisa ser trabalhado diariamente, devido à carência de afeto da maioria dos alunos, e do fato de muitos deles não terem estas chances em seus bairros ou casa.
Segundo o relatos dos bolsistas da Matemática, esta foi alegre Num primeiro momento, os alunos ficaram desconfiados, não sabendo como voltar à fórmula inicial do Tangram. Porém depois, ficaram felizes com a nova proposta de trabalhar,muito mais prazerosa. E, no final, cada aluno ganhou seu próprio Tangram. O grupo da Educação Física trabalhou uma oficina das sensações e sentidos, onde os alunos entravam com os olhos vendados na sala. Ali, experimentavam diversas sensações, como andar sobre a gelatina, tocar em texturas diferentes, superfícies novas, trabalhando, deste modo, as emoções, os sentidos e a própria sensação de experimentar algo novo, ou, até mesmo, já conhecido, porém, desta vez, sem ver, aguçando o tato e os outros sentidos.
A metade das bolsistas da Pedagogia trabalhou com Técnicas Plástica, com fabricação de massinha de modelar, e a outra metade ficou responsável pela leitura e dramatização de livros infantis, onde, ao final da oficina, cada aluno pode levar para casa um livro de história, despertando, assim,a curiosidade, a criação, o desejo pela leitura, pela escrita, pela interpretação e pela Arte.
            O espírito de coletividade “encantou”.  O grupo é harmônico e consegue trabalhar a interdisciplinaridade. A confraternização foi muito importante, pois serviu para aproximar as pessoas e estreitar as relações, fazendo com que pibidianos e professores interagissem e criassem vínculos.
A dança e o teatro trouxeram magia à festa das crianças, atendendo ao objetivo da educação em Artes, que é constituir a diversidade em trabalhos pedagógicos, onde os alunos criem expectativas na dança, com práticas de expressividade corporal, explorando a sensibilidade e a percepção de cada criança, criando, divertindo-se e construindo conhecimento.
O valor educativo que teve para as crianças e para a escola como um todo foi enorme, mas, em relação à participação do PIBID, as crianças tiveram uma relação mais forte com conhecimentos e pessoas diferentes do dia-a-dia, neste dia, onde puderam ter oficinas lúdicas e interativas, pedagógicas, onde tiveram seus espaços para desenhar, criar, fabricar suas matérias como massinha de Modelar, assistir coreografias de dança e teatro, dançaram, cantaram, aprenderam Matemática de forma nova, leram imagens, palavras, sons, ritmos, texturas, tiveram contato com Literatura, trabalharam aptidões de leitura, tendo também brincadeiras lúdicas, que exploraram suas expressividades e criação, ensinando, também a convivência e a cooperação grupal.
Na Oficina de Dança, na sala enfeitada com luzes e panos coloridos, contamos com a apresentação de danças folclóricas, com Luciano Porciúncula, aluno da Dança-Licenciatura,  convidado por nós.  As crianças ficaram deslumbradas com a apresentação, mais pelo fato de ser um menino dançando. Era nítido no olhar de cada criança, o brilho que a dança proporcionou-lhes, sendo algo “mágico”, pois, na maioria das vezes, a dança está fora do contexto escolar e da comunidade
A Oficina
Após a apresentação, os alunos foram conduzidos até a sala onde realizaríamos a oficina, que objetivava despertar nas crianças a sensibilidade, a emoção e a arte, trabalhando a coordenação motora, a apreciação, a fruição, a pesquisa corporal e a memória através de brincadeiras lúdicas.
As atividades deram-se início com um alongamento levado para a dança, tendo momentos de conhecimento do outro (quebra-gelo) e passando para a parte de dançar e brincar, onde a primeira brincadeira a ser realizado foi a Batatinha. Em fileira, uma criança, o(a) batatinha, colocava-se de costas para a fileira e atrás da raia, à distância de três metros, mais ou menos. De lá, grita: “Batatinha  um dois três”. É o momento em que os da fileira aproveitam a oportunidade para avançar rumo à raia, através de pulos e danças, conforme a música tocada. Após dizer a frase, o(a) batatinha voltava-se para o grupo. A criança apanhada em movimento tinha de retornar ao ponto de partida, ou passar para o lado da raia e esperar o fim da brincadeira, e cada uma tinha que congelar em poses de dançarino, conforme a música. Ganhava quem conseguisse atingir a raia, através da dança, sem ser percebido pelo(a)batatinha.
Organizamos um círculo com todas as crianças em pé, e demos início à brincadeira Escravos de Jó, onde cantávamos e,segundo a música, deveríamos dar pulinhos para direita: Escravos de Jó jogavam Cachangá, tira (um pulinho para trás), bota(um pulinho para frente), deixa o Zé Pereira brincar (pulinhos para direita), guerreiros com guerreiros fazem Zig-Zig-Zá (um pulinho para esquerda e outro para direita). Conforme o número de vezes, deixávamos de cantar algumas partes, porém os pulinhos precisavam continuar, exercitando, desta forma, a memória e a coordenação motora de cada criança, além do prazer de jogar.



Considerações Finais
            Os fatos mais marcantes para nós foram a participação e o encantamento das crianças, e o trabalho estético e artístico realizado através da sensibilidade, emoção e arte, além da coordenação motora, apreciação, fruição, pesquisa corporal, percepção, criação, expressão e memória através de brincadeiras lúdicas.
            Concluímos que foi muito prazeroso trabalhar nossa primeira Oficina de Dança. Sabemos que temos muito trabalho pela frente, mas, no entanto, buscaremos formas de alcançar um trabalho que permita explorar sentimentos, vivencias, a trajetória de movimento através de dança.Agradecemos a todos, bolsistas e equipe da escola – às crianças, é claro-  pelo espaço, pelo prazer e pelo conhecimento.



Figuras 1 e  2: Luciano Porciuncula – Apresentação do Pibidiano da dança na Escola Getulio Vargas PIBID DANÇA




 Figura 3: Rosangela e Thais- PIBIDIANAS DA DANÇA






Figuras 4 e 5: Alunos da Escola Getulio Vargas


 




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