Em frente a um dicionário online, construindo
um caminho que se inicia na busca por entender o que é a tal da Pantomima, tem-se que a palavra em si
equivale à Mímica, que, seguindo os
“cliques”, por sua vez aparece como sendo o feminino e/ou o que faz um Mímico, esta ultima que enfim nos leva
a palavra Mimo.
De surgimento controverso e como o próprio
dicionário diz, a pantomima é a arte de comunicar com movimentos; representar
emoções, ideias, paixões, por meio de gestos. Ou seja, expressar a natureza humana sem a
utilização de palavras ou quaisquer recursos que não o próprio corpo.
A Pantomima tem papel importante na história
da Dança: Jean-Georges Noverre acreditava que somente “o passo” não era
suficiente para exprimir sentimentos; inquietação esta que foi fator
determinante para a Dança se tornar autossuficiente e independente das outras
artes. Pois de modo inédito, associou as duas, pondo em foco as possibilidades
expressivas do corpo.
“Com um curto alcance
de significação, o vocabulário dos passos codificados carecia ser unido ao
repertório da pantomima. Desde o início, portanto, po-se como questão o que
cabe ao corpo fazer para configurar uma obra de dança: ser capaz de expressar
emoção. Esta hipótese carrega, na sua formulação, embora não de forma
explícita, a compreensão de que os traços iniciais do percurso em direção à
autonomia passam pela expressividade: 1) para ser autônoma, a dança deveria ser
uma arte expressiva; e 2) o tipo de movimento feito pelos corpos que dançavam
não se mostravam adequados para ‘imitar as paixões da alma’ e, por isso,
necessitavam da pantomima.” (KATZ, p. 164)
Temos então que pantomima é imitação e “Na história da Dança, o
movimento imitativo é de enorme importância, pois a primeira dança organizada
do homem originou-se na magia imitativa e teve por modelo a própria natureza.”
(OSSONA, p.36 )
Sendo assim, tendo como público alvo crianças
do primeiro ano do fundamental, as acadêmicas Jaínne Ladeira e Jéssica Carvalho
elaboraram plano de aula com tema A Dança na Natureza. O plano foi
primeiramente utilizado por elas próprias com alunos da Escola Alcides e
recentemente, após pequenas adaptações, foi reutilizado com os pequenos da
Escola Campos Barreto, pela acadêmica Alice Iturriet.
A aula na Escola Campos Barreto iniciou com
vídeos de passarinhos dançando, seguida de mímica de animais (passarinho, gato,
tartaruga, elefante, cachorro, etc). A partir daí iniciando a narrativa: Uma
cobra que enrolada dormindo sonha que é um cachorro, que come um sapo, que come
uma pedra, se transforma na própria pedra, que se transforma no animal que mais
gostou. Finalizando com uma festa na floresta.
A cada animal as crianças foram estimuladas a
explorar suas movimentações típicas, o que acaba por trabalhar Fatores de
Movimento, exploração do espaço e conexões corporais, como cabeça-calda por
exemplo.
Próximo ao fim da aula, percebendo a
inquietação de três meninas que perguntavam se não iríamos ter aula de dança,
foi utilizado de estopim um vídeo de animação infantil A dança do Pocoyo (vide
referências), no qual o personagem principal se frustra tentando imitar seus
amigos dançando, concluindo que não sabe dançar, mas descobrindo no final que
todos podem dançar, pois cada um tem a sua dança e seu modo de dançar.
Para finalizar a professora titular fez um
fechamento no qual além de perguntar aos alunos se haviam gostado, incitava
cada um a pensar como havia sido sua participação na aula.
Por Alice Braz Iturriet
Referências
e obras/ textos relacionados:
A
Dança do Pocoyo: https://www.youtube.com/watch?v=aaOKTujfcuk
Mas
o que é essa tal de pantomima? http://tagcultural.com.br/mas-o-que-e-essa-tal-de-pantomima/
http://www.infoescola.com/teatro/pantomima/
KATZ,
Helena. Por uma dramaturgia que não seja uma liturgia da dança. Dispnível em http://dx.doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v10i0p163-167
MONTEIRO,
Mariana. Noverre: Cartas sobre a
Dança. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, FAPESP, 2006.
OSSONA,
Paulina [tradução Norberto Abreu e Silva Neto]. A educação pela dança. São Paulo: Summus, 1988.
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